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CidadeSorocaba | 27/07/2023 | 0 Comments

Christina Oiticica lança exposição ‘Fauna e Flora’ em Portugal

A artista plástica Christina Oiticica, um dos expoentes do movimento Land Art, inaugurou pela primeira vez uma mostra com seus trabalhos em Portugal. Ao todo são 11 telas no Lukas Art Gallery no Palácio Biester, em Sintra, em Fauna e Flora, exposição que fica no espaço até 17 de agosto. O trabalho é assinado com o estadunidense Blake Jamieson, em um parceria que começou de forma inusitada: pelas redes sociais.

Blake é fã de Paulo Coelho, marido de Christina, e fez um post sobre O Alquimista, best-seller do escritor, que emocionou a artista plástica. Os dois entraram em contato no Twitter e, depois de uma conversa surgiu uma conexão e a vontade de trabalharem juntos. Foi a brasileira que sugeriu o tema Fauna e Flora. Christina ficou com a Fauna e Blake, com a Flora. As obras ficaram noves meses enterradas em Monthey, na Suíça, onde ela e Paulo moram – a técnica é a Land Art, com a intervenção da natureza na arte.

“A nossa proposta foi deixar por nove meses porque é o período de uma gestação. E depois disso, vimos a semente crescer sobre a nossa obra. São 11 telas, sendo nove que foram desenterradas e uma delas, transformada num quadro tríptico. O Blake me mandou as telas, eu incluí as borboletas e enterramos”, conta Christina. “Fizemos uma performance, com a participação de umas 50 pessoas, que vieram ajudar a colocar os quadros na natureza. Eram amigos nossos que trabalham com arte. Depois, todos voltaram para desenterrar as obras. Foi emocionante”, lembra ela, que ainda trabalhou na preparação das obras.

Christina já enterrou os seus quadros na Amazônia, Japão, Índia, Rio, em uma aldeia indígena na Bahia e chegou a ter mais de mais de 100 obras sob a terra do Caminho de Santiago de Compostela. “A técnica começou em 2003, na França. Estávamos morando num hotel, eu tinha uma exposição em Paris e precisava trabalhar. Era complicado trabalhar no quarto porque sujava tudo, ficava com cheiro de tinta. E eu recebi uma tela de 10 metros e decidi pintar na floresta”, lembra.

“Deixei o quadro por lá para secar e caía uma folha, depois um inseto. Eu ficava estressada, achando que ia estragar o quadro. Mas comecei a ver que a natureza estava interferindo na tela e resolvi aceitar”, conta a artista plástica. “Essa tela de 10 metros, que era um rolo, fui desenrolando a cada estação ao longo de um ano e criei a obra que chamei de ‘Quatro estações’. Eu ia pintando e enterrando. A partir daí, fui explorando outros espaços para manter essa parceria com a natureza”, diz ela, que já expôs em 17 países.

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