Abandono de gatos filhotes tende a aumentar no inÃcio do ano
02/02/2022 – Compartilhe! Fotos: Divulgação
A quantidade de animais órfãos aumentou muito no perÃodo de pandemia, seja pela morte dos tutores e a falta de interesse da famÃlia em continuar com os cuidados ou, até mesmo, o abandono pelas dificuldades financeiras. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, somente no Brasil, exista mais de 30 milhões de animais abandonados, sendo cerca de 10 milhões de gatos e aproximadamente 20 milhões de cães.
Para os gatos, a situação fica ainda mais complicada no verão. Isso porque o cio da gata ocorre com maior frequência em dias quentes e com mais luminosidade. “A gestação da gata dura, em média, de 60 a 63 dias. Então se ela entra no cio no inÃcio de dezembro e emprenha, os bebês vão nascer entre o final de janeiro e inÃcio de fevereiro. Por isso, essa é a época onde temos mais filhotes e, com isso, a tendência de encontrar gatinhos órfãos nesse perÃodo é maiorâ€, explica a médica-veterinária especialista em medicina felina, Vanessa Zimbres.
Como proceder ao encontrar filhotes órfãos?
Vanessa explica que, ao encontrar gatinhos órfãos, antes de recolher, é importante aguardar algumas horas para ver se a mãe não saiu para buscar alimento e, caso os filhotes estejam visivelmente debilitados, com frio, fome ou em situação de perigo, o resgate deve ser imediato. “Infelizmente, os abrigos estão lotados e o ideal é oferecer um lar ou buscar um lar temporário, para que os bebes se recuperem e fiquem mais fortes para serem adotadosâ€.
Entre os cuidados indicados pela especialista, estão: oferecer um substituto do leite da gata; fornecer uma caminha aquecida com bolsa térmica, tomando cuidado para não aquecer demais, e estimular os filhotes a urinar e a defecar. “Deve-se cuidar dos filhotinhos como a mãe faria. Além disso, buscar orientação veterinária é imprescindÃvel para evitar problemas fÃsicos por má nutrição e outros problemas de saúdeâ€, orienta.
Abandono de animais, um crime federal
Um levantamento feito pela Ampara Animal, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que presta ajuda às ONGs e aos protetores independentes da causa animal, aponta que o abandono de animais cresceu 61%, entre junho de 2020 e março de 2021, mesmo a situação sendo considerada um crime previsto pela Lei Federal nº 9.605/98, que passou a ter a pena de detenção aumentada em até cinco anos, graças à Lei Federal nº 14.064/20, sancionada em setembro de 2020.
Para evitar que a situação continue acontecendo, é fundamental reforçar a importância da posse responsável, que nada mais é do que se certificar de que existe a condição de cuidar de um animal da forma que ele precisa e merece. “Antes de adotar qualquer animal, temos que analisar se temos condições de cuidar até o fim da vida dele. Gatos vivem, em média, de 15 a 18 anos e cuidar bem não é somente alimentar e dar vacinas. A castração precoce também é fundamental e pode ser realizada a partir dos 4 meses de vidaâ€, alerta Vanessa.
Vanessa Zimbres é especialista em felinos e atende na ClÃnica Veterinária para Gatos
A especialista reforça que “animais de rua†não existem, eles são abandonados. “Eles sentem fome, frio, dor, ficam doentes e sofrem. É muito triste ver animais abandonados, que simplesmente sobrevivem dia a dia e ainda correm o risco de maus tratos de humanos. Importante ressaltar também que, apesar de existirem animais de raça, sempre devemos dar essa oportunidade de amor e cuidado aos animais carentes. Fazer uma boa ação, resgatar um animal faminto alivia a alma. Nós, humanos, temos muito a aprender com os animaisâ€, finaliza.
