ParalimpÃadas de Tóquio: encerramento ressalta beleza da diversidade
 – 06/09/2021 – Compartilhe! Foto: Youtube
Os Jogos ParalÃmpicos de Tóquio se encerraram e, com eles, mais um ciclo de grandes exemplos de superação e humanismo se completa. O mundo teve, no evento encerrado há pouco no Estádio OlÃmpico de Tóquio, mais uma amostra da riqueza que a diversidade proporciona.
Superação que, do ponto de vista brasileiro, foi confirmada nas 72 medalhas conquistadas (22 ouros; 20 pratas; e 30 bronzes), dando ao paÃs a sétima colocação no quadro geral. Três dessas medalhas foram parar no peito do nadador Daniel Dias, a quem coube a honrosa tarefa de carregar a bandeira brasileira durante o evento de encerramento dos jogos.
Com os três bronzes conquistados, Daniel entra para a história como o maior medalhista paralÃmpico brasileiro, após 27 pódios. Após empunhar a bandeira, o nadador não pôde se juntar à delegação brasileira que, a exemplo das demais delegações, já se encontrava no estádio. Ele teve de se dirigir aos bastidores para se preparar para a posse no novo comitê paralÃmpico, do qual é integrante.
O Brasil foi o 117º paÃs a ter sua bandeira desfilada, em uma cerimônia que contou com a participação de 160 paÃses, além das representações dos refugiados e do Comitê OlÃmpico Russo.
Hospitalidade, aceitação e celebração
“Há oito anos prometemos hospitalidade. Estou confiante de que cada atleta sentiu esse espÃrito aquiâ€, discursou a presidenta do Comitê Organizador dos Jogos ParalÃmpicos de Tóquio, Seiko Hashimoto ao ressaltar que os paratletas “inspiraram muitos de nós a começar nossas próprias jornadas” em busca de “um futuro mais inclusivoâ€.
Presidente do Comitê ParalÃmpico Internacional, o brasileiro Andrews Parsons disse que os jogos não foram apenas históricos. “Atletas fantásticos abriram nossos corações e mentes, e mudaram vidasâ€, disse ele pouco antes de citar uma “filosofia japonesa†que defende não apenas a aceitação, mas “a celebração de todas as imperfeições que todos temosâ€.
“Hoje o que fazemos não é uma cerimônia de encerramento, mas a abertura de um futuro olhar para 1,2 bilhão de pessoas com deficiência, que querem ser cidadãos ativos em um mundo inclusivoâ€, completou ao declarar o encerramento dos jogos.
Em seguida, foi apresentado um vÃdeo com autoridades internacionais e personalidades selecionadas pelas Nações Unidas, ligadas ao movimento #wethe15, em uma unÃssona mensagem em favor da inclusão.
Apresentações
Músicos e dançarinos – com e sem deficiência – proporcionaram sons e imagens contendo elementos de diversidade, em uma celebração ao brilho de cada ser humano. Tudo resultou na construção da “cidade em que as diferenças brilhamâ€, termo referente à capital japonesa.
Em destaque, a torre Sky Tree, onde cada atleta colou um espelho, de forma a compor o cenário que, aos poucos, ia sendo construÃdo. O peso da torre, no entanto, acabou causando um contratempo na hora de erguê-la. Felizmente todos ali estão habituados a superar dificuldades, e o elemento cenográfico foi erguido e colocado no devido lugar após uma segunda tentativa.
Ao longo da apresentação, vários elementos urbanos e da natureza se misturavam, lembrando a associação entre divindades e natureza, caracterÃsticos da cultura japonesa. Com vestimentas bastante coloridas, os dançarinos faziam referências a trajes tradicionais japoneses e aos chamados cosplayers – pessoas que se fantasiam de personagens fictÃcios da cultura pop japonesa.
Alguns músicos portadores de deficiência que participaram dos primeiros momentos da cerimônia retornaram mostrando que a música é também espaço para superação. Solos de guitarra à base de legatos (técnica da qual se tira som apenas com a pressão dos dedos da mão esquerda na escala da guitarra) eram tocados por um guitarrista que não tinha um dos braços.
Tecladistas na mesma situação enriqueceram ainda mais a harmonia das notas musicais, que eram complementadas pelas percussões que vinham de bateristas e de cadeiras de rodas adaptadas para servirem de instrumentos musicais.
Paris é logo ali
Vieram então a queima de fogos e o anúncio de Paris como sede dos próximos Jogos ParalÃmpicos, a serem realizados em 2024. VÃdeos de artistas e personalidades parisienses foram apresentados, em sinal de boas vindas à queles que participarão dos jogos.
Ao final, a pira olÃmpica foi, aos poucos, se apagando, em meio a uma versão da música What a Wonderfull World, de Louis Armstrong. Apaga-se a chama, mas mantêm-se a eterna mensagem de superação, humanismo e diversidade tão bem proporcionada pelos jogos paralÃmpicos. Agora é esperar. Paris é logo ali.
Da redação com informações da EBC